MANTENDO O VOO

1 - Alinhe o horizonte artificial para manter o avião nivelado.
Caso, em algum momento, você fique abaixo do horizonte artificial, puxe o manche para trás para elevar o nariz da aeronave. Lembre-se de que a suavidade é o caminho: não use força. O melhor jeito de se manter a altitude adequada é checar o altímetro, o horizonte artificial e o variômetro (CLIMB). Por segurança, é bom checar sempre todos os indicadores do painel. Ao criar tal hábito, você não se prende a um único instrumento por muito tempo.

2 - Vire o avião.
Se o manche tiver um formato de volante, gire-o; se ele for uma alavanca, movimente-a para os lados. Mantenha o voo coordenado seguindo o inclinômetro do painel, que tem um desenho de avião com uma linha de nível e uma bola preta. Mantenha a bola preta no centro do inclinômetro utilizando os pedais do leme para que os giros sejam suaves (coordenados). Uma boa coisa para se pensar é "pisar na bola" para saber qual pedal pressionar na hora de coordenar o giro. Os ailerons controlam o ângulo de giro e trabalham em conjunto com os pedais de leme. Na hora de virar a aeronave, coordene os pedais e os ailerons mantendo a bola do inclinômetro centralizada, sempre ficando de olho na altitude e na velocidade.
Nota: quando o manche é virado para a esquerda, o aileron esquerdo sobe e o direito desce; ao virar para a direita, o aileron direito sobe e o esquerdo desce. Não se preocupe muito com as mecânicas da aerodinâmica por enquanto, foque-se em familiarizar-se com os conceitos básicos.

3 - Controle a velocidade do avião.
Cada aeronave tem uma potência de motor otimizada para a fase de manutenção do voo. Após alcançar a altitude desejada, a potência deve ser configurada em cerca de 75% para se manter a aeronave reta e nivelada. Os controles ficarão mais suaves conforme se faz isso. Em alguns aviões, as configurações de potência também funcionam nas zonas onde não é preciso utilizar o leme para manter o voo reto. Na potência máxima, é possível que o nariz do avião incline-se lateralmente por conta do torque do motor, o que precisa ser contrabalanceado com os pedais do leme. Em alguns casos, pode ser preciso virar o leme para o lado oposto mesmo na potência de motor otimizada para a manutenção do voo. Para manter o avião estável, é preciso manter a velocidade e o fluxo de ar constantes. Voar lento demais ou em ângulos muito inclinados pode fazer com que o avião desça, o que é perigoso durante a decolagem e o pouso. Mesmo assim, ainda é preciso manter uma boa velocidade nas fases mais tranquilas do voo. Assim como um motor de carro, você pode desgastar o motor do avião se "pisar fundo" no acelerador o tempo inteiro. Apenas aumente a potência para manter a velocidade de voo na subida, reduzindo a potência para descer.

4 - Sempre vá com calma ao controlar o avião.
Se (e quando) a aeronave passar por turbulências extremas, é importante não exagerar nas correções. Mudanças repentinas e drásticas no controle de orientação do avião pode forçá-lo além dos seus limites estruturais, causando danos na aeronave e possivelmente comprometendo sua habilidade de voo. Outro problema comum é o congelamento do carburador. Há um pequeno botão no painel que ajuda a aquecer o carburador, que deve ser apertado de tempos em tempos, principalmente quando houver umidade relativa alta no ar. Obviamente, isso só se aplica para aeronaves com carburador. Não se distraia: mesmo ao alcançar altitude e velocidade tranquilas, é preciso ficar de olho no painel e em outras aeronaves.

5 - Configure o piloto automático.
Após alcançar a velocidade constante de voo, configure os controles e trave-os para manter a potência do avião e concentrar-se em mantê-lo nivelado. Agora, reduza cerca de 25% da potência do acelerador. No caso de um Cessna (monomotor), a potência deve ser cerca de 2400 RPM. Configure as abas do elevador para compensar a altitude. Trata-se de uma pequena superfície na borda do elevador, que pode ser movimentada de dentro da cabine. Configure-a para evitar que a aeronave suba ou desça durante o piloto automático. Existem diferentes sistemas para configurar as abas, chamadas "compensadores". Um dos sistemas mais comuns utiliza um volante, uma alavanca ou uma manivela para puxar um cabo ou um pino. Outro utiliza um parafuso e um pino. Um terceiro tipo utiliza um sistema elétrico e é o mais simples de ser manuseado. As configurações de compensação devem levar em conta a velocidade correspondente da aeronave, que depende do peso, do modelo do avião e do centro de gravidade.